sábado, 14 de março de 2015

História da Serra do Brigadeiro - MG

Nossa História começa aqui... 

         Desde os primórdios do Estado de Minas Gerais, a coroa portuguesa buscou explorar os recursos e áreas naturais onde conhecemos hoje como Zona da Mata, seja para descobrir novas rotas ou para captar ouro, como conta, Rodrigues (2003) em seu estudo sobre essa região, somente quando houve a descoberta de ouro por Antônio Rodrigues Arzão nos sertões do rio Casca (1692), teve início o verdadeiro povoamento de Minas Gerais. Essa região hoje em dia faz parte da cidade de Araponga e podemos encontrar resquícios dessa mineração em grutas e túneis que estão situados na cidade.
         Segundo Valverde (1958), a Serra do Brigadeiro, até o inicio do Século XIX, permaneceu intocada pelos colonizadores, devido a fatores de ordem natural e política que dificultaram a penetração. Os fatores de ordem natural são a densa cobertura florestal e a presença de índios, já os de ordem política estão relacionados aos interesses da colônia em manter a região em condições desfavoráveis ao povoamento, a fim de evitar o desvio de ouro, tendo em vista que uma parte da região pertenceu ao ciclo do ouro e a outra estava na divisa entre o que hoje denominamos o Estado de Minas Gerais e o Estado do Espírito Santo. .
       Conhecida com o nome original  de Serra dos Arrepiados, onde habitavam os índios Puris, que com a penetração dos colonizadores conheceu o seu desaparecimento.  O primeiro emissário do governo a inspecionar as divisas da Província de Minas Gerais,  no início do Século XIX, o Brigadeiro Bacelar, acabou apagando a única referencia da presença indígena na região. Extasiado com a beleza do lugar, rebatizou o lugar, como Serra do Brigadeiro (RODRIGUES, 2003).

    
      Sabendo disso podemos afirmar que os primeiros a se aventurarem por essas terras foram os índios Puris, que eram uma tribo nômade, faziam suas casas com os recursos naturais e eram ótimos pescadores, como afirma Rodrigues (2003).
       Já no início da década de 60, professores do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (UFV), tinham como preocupação o desmatamento frequente ocorrido na Serra do Brigadeiro, principalmente quando a Belgo-Mineira utilizou das matas nativas para fazer carvão para alimentar suas siderúrgicas. Essa preocupação resultou em um documento elaborado em 1980, por Elmar Alfenas Couto e James Dietz, sugerindo a criação de um Parque Nacional na Serra do Brigadeiro. Essa iniciativa contribuiu para que, em 1988, o governo do Estado de Minas Gerais promulgasse uma lei autorizativa para a criação do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Essa lei propunha que os limites do Parque estivessem na cota de 1.000 metros de altitude, abrangendo uma área de 32.500 hectares e envolvendo os municípios de Muriaé, Miraí, Miradouro, Araponga, Abre Campo, Sericita, Fervedouro e Ervália (CTA-ZM, 2004).
          Em 1996 foi criado o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro está localizado na região da Zona da Mata, a cerca de 290 km de Belo Horizonte. Foi aberto à visitação em março de 2005. Situado no extremo norte da Serra da Mantiqueira ocupando terrenos nos municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. Vários Picos fazem parte da região: o do Soares (1.985 metros de altitude), o Campestre (1.908 m), o do Grama (1.899 m) e o do Boné (1.870 m). São 13.210 hectares de matas nativas e uma paisagem dominada por montanhas, vales, chapadas, encostas e diversos cursos d’água que integram as bacias hidrográficas dos rios Paraíba do Sul e Doce (IEF, 2002).3),

Referencias:
VALVERDE, O. Estudo Regional da Zona da Mata de Minas Gerais. Rev. Bras. Geografia, v. 20, n.1, p. 3-83. 1958.

Rodrigues, A. F. Os sertões proibidos da Mantiqueira: desbravamento, ocupação da terra e as observações do governador dom Rodrigo José de Meneses* Rev. Bras. Hist. vol.23 n.. 46, São Paulo,  2003


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